Fim de Festa a Beira-Mar

Foi num lugar tão belo chamado jacaré

Que solitário sem companhia,

Sentei-me em uma esplanada coberta

De palha para observar as gaivotas,

Que surgiam do infinito e mergulhavam

Nas águas calmas do mar

Trabalhando o seu café da manhã,

O vento frio que soprava forte

Convidava as jangadas aportadas

Nas brilhantes areias grossas e claras

Para mais um dia de labuta em alto mar.


A solidão aos poucos foi mergulhando

Com as gaivotas e viajando com as jangadas,

Não sei ao certo o tempo que passei distraído

Observando aqueles momentos emocionantes!

O barulho a minha volta desviou-me a atenção

E o ambiente parecia perder a paz!

O chão, era uma placa de betão que flutuava

E balançava com as ondas, feito um barco ancorado
Em aguas calmas,

Uma imagem surgia no canto do meu olho,

Como um imã, puxava minha cabeça em sua direção,

E sem resistir virei-me, e entre as mesas consegui

Chegar com o olhar a você.


Nossos olhares cruzaram-se sinalizando palavras que

Convidavam a nossa aventura!

Era fim de festa, e você já não brilhava com a sua pintura,

Seus cabelos perderam a beleza, com o cheiro
do fumo do cigarro,

Mas o seu coração estava inteiro,
e o seu interior era belo,

Assim diziam as palavras que saíam de sua boca,

Combinando com os seus lindos lábios
Ainda marcados de batom,

Parecia-mos estarmos destinados um para o outro,

Você era do meu gosto, e eu para si era o seu tesouro.


Concretizamos um casual encontro,

E caminhamos sobre o cais em madeira, propicio para os
nossos beijos e abraços,

Assim nos unirmos e começamos um provisório romance,

Que ficando para trás, hoje faz-me lembrar

Com os mesmos sentimentos de ontem.