Mas afinal,
O que querem os seres humanos?
O que querem os seres humanos?
Não sei me esquivar
De quem gosta de minha presença
E vive a me dar carinho e atenção...
Não sei evitar quem eu amo
E a esse alguém,
Enquanto de mim sair vida,
Jamais será oferecido
Desprezo, vazio e solidão...
A cada dia que,
Aqui eu sobrevivo,
Aqui eu sobrevivo,
Entendo menos
O que, afinal, querem,
Os seres humanos...
Às vezes,
Suspeito que não sou daqui
E estou perdida,
Perecendo na solidão,
Que está se transformando esse mundo...
Será que,
Uma nova lei mundial foi decretada
E a partir de agora,
Demonstrar afeto, atenção e cuidado,
Ficou errado, ou virou pecado mortal?
Existem pessoas tão resistentes
A receber carinho,
Que quanto mais sentimentos a ela,
Tu demonstras,
Mais de ti, ela se afasta...
Que, quanto mais,
Teu colo, teu ombro,
Tua lealdade
E um carinho sincero na alma, tu ofereces,
Léguas e mais léguas,
De ti, ela quer distância...
Penso que,
Ou, eu sou de uma Era estranhamente carente
E em mim, mantenho vivos até hoje,
Velhos hábitos do passado,
Possuindo uma ideia obsoleta
Do que é amar,
Ou, ainda não consegui compreender
Muito bem que, para amar,
Nesse mundo egoísta de hoje,
Não se deve demonstrar sentimentos
E manter-se distante é preciso,
Afinal,
Respeitar a individualidade do outro,
É primordial...
Se for, desculpa aí,
Preciso descer do ônibus,
Vou dar sinal!
Descupem, mas não sei fingir que não amo,
Preciso descer do ônibus,
Vou dar sinal!
Descupem, mas não sei fingir que não amo,
Quando tudo que eu quero é
Dizer Te amo!
Não sei ser fria
Com quem, eu só quero
Dar um abraço caloroso e apertado
E dizer Como te adoro!
Dar um abraço caloroso e apertado
E dizer Como te adoro!
Se eu tiver que amar alguém e,
Para ficar de bem com o mundo,
E não ser chamada de piegas,
Tiver que fingir desprezo,
Terei de levantar as mãos para os céus
E dizer Eu me rendo!
Por que só me restam duas opções:
Ou eu mudo de planeta,
Ou eu me rendo à superficialidade
E a comodidade do mundo moderno
E deixo de demonstrar o que sinto...
E deixo de ser quem eu sou...
E simplesmente deixo de existir...