AMOR AO ORVALHO DA NOITE
AMOR AO ORVALHO DA NOITE
Numa brisa suave, fria, silenciosa, convidei-a ao orvalho da noite para se refrescar; aproveitando os espaços atenuantes que na sua mansuetude vinha me aconchegar.
Brilhavam, tremulavam os corações e as emoções no solo verdejante e refrescante, procurei-lhe acariciar. Abraços, beijos e desejos, com apertos e gemidos, delírios veio escamotear; penso no motel, no bordel, seguro seu anel e nas carícias começo a lhe amar.
Seu nome a balbuciar, cantarolar, conversar histórias de arrepiar; Os cabelos, os pelos dos poros, imploram um zurzido ao teu sentar; amealhar, abraçar contra os seios e minhas histórias afagar e recitar.
Versos e reversos, do lado de lá, e do lado de cá, penso e repenso no amor que nos faz sonhar; Deitados, abraçados, agarrados na relva verde e afagante de um jardim belo e salutar.
Não vá, fique, se estique, grite, aumente a pressão até o coração amainar. Sonolento, me encho contento-me com o pensamento e os perfumes do lugar; doces, delicados, saborosos e eficazes que refazem e fazem a boca salivar; a voz se levanta você se espanta rouco de gritar, digo: quero te amar.
O teu nome começo ditar, a soletrar, e as carícias jamais esqueço um espesso abraço a te afagar; de desejos, anseios, emoções, e de brilhos nos olhos, as lágrimas te molham e regam as flores do teu pomar.
De frutos, anseios e desejos, regados e carregados cheios de cachos e manjar; para no final me ofuscar no teu corpo, escondendo meu rosto para me acariciar e dizer-te podes me amar.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-FORTALEZA/CEARÁ