Insensíveis

Não consigo entender certos seres humanos que vivem como se fossem durar eternamente. Cheios de imponência e soberba, não possuem o mínimo de humildade. Sem temer o Autor da vida, não valorizam, nem percebem as grandezas deixadas pelo Criador. São insensíveis a tudo que os rodeia. Amar ao próximo para eles é como se fosse o título de um filme antigo que já saiu de cena.

São cegos à beleza das flores, borboletas e todos os seres viventes. Nunca param pra admirar um magnífico por do sol no horizonte, acordam pelas manhãs e correm à procura de bens materiais, sem pararem por um segundo pra contemplar a beleza da alvorada. Não ouvem o cantar dos passarinhos, que nas árvores saltitam felizes e alimentam seus pequenos filhotes nos ninhos.

Não são capazes de erguer os olhos ao céu bordado de estrelas, nem sentir o vento que sopra insistente balançando os galhos da palmeira.

O riacho com águas cristalinas e cheias de vida corre sem que seja por eles percebido. Grandes montanhas, florestas inteiras são devastadas impiedosamente por causa de suas ganâncias. Imersos em pensamentos maus, nunca param pra contemplar os imensos oceanos que cobrem grande parte do planeta.

Praticam atrocidades com os animais indefesos, os quais são fieis protetores e só querem viver e amar. Não vê nos rostos famintos que passam carentes de um sorriso, um abraço amigo ou mesmo uma migalha de amor que alguém possa lhes oferecer mesmo que seja através de um olhar.

Tropeçam em crianças que desprotegidas perambulam por ruas e becos, trazendo nos rostos sofridos o efeito de toda maldade e indiferença de que são vítimas. Preocupados somente com si mesmos, não se importam com o sofrimento daqueles que se amontoam em barracos ou sob as marquises das pontes pra sobreviverem às mazelas da vida ingrata e cruel.

Pobres mortais!... O tempo passa rápido, a vida segue e esses seres insensíveis vivem como se não tivesse que dar conta de todo o mal que um dia foi praticado por eles, contra os mais fracos e oprimidos. Mal sabem, seus males lhes serão cobrados de tal forma que os pagarão eternamente, e os inocentes serão enfim justiçados.

Iracema Cerione (Mayra Luz)
Enviado por Iracema Cerione (Mayra Luz) em 01/08/2016
Reeditado em 01/08/2016
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