Tainá, minha estrela guia
Tainá tinha 6 anos, eu 38.
Teoricamente eu deveria ensiná-la,
Fiquei só no teoricamente!
A ânsia por aprender,
Sua curiosidade nata,
Fez dessa menina um ser iluminado.
Fora o maior filósofo vivo que conheci.
Não podia, com todo minha limitação,
Dar conta de adubar solo tão fértil.
Seu entusiamo me comovia,
E eu não podia dar-lhe
Tudo do que precisava.
Tainá era exigente,
E extremamente inteligente!
Sua inteligência estava exatamente
Na sua curiosidade,
Na sua procura.
Eu era cheio de certezas,
Por isso mesmo me dei por vencido.
À partir daí, comecei, junto dela,
Uma jornada imensamente produtiva.
Perguntar, reconhecer que não se pode saber de tudo,
Essa é a maior de todas as sabedorias.
E como Tainá perguntava,
Tudo lhe era novidade,
E com ela redescobri minha vida.
Reconhecer é conhecer-se de novo.
Hoje, após 38 anos vividos,
Pelos olhos de quem ainda pouco viveu
Reaprendi a viver,
Reinventei minha vida,
Redescobri meu ser.
Aprendi com minha filha.
Ela me ensinou que a dúvida
Vale muito mais que toda certeza existente.
Tainá quer dizer estrela.
Minha filha é quem me guia.
Eu sou seu servo e seu senhor.
Ela é minha pequena menina,
E por ela me tornei curioso novamente,
E um amante da filosofia.