CHUVA DE FUMAÇA

Olho à janela baça. ..Indistinta...

Ontem, dourada, líquida, viva...

Um franco festim de cores, odores e sabores aéreos cortejando a natureza...

No entanto, hoje, é a orbe cáustica, turva, parada...Não há sopros neste instante, não há mobilidades...E as têmperas vibrantes se esvaem ...e até se escondem os abrolhos!

Árvores, arbustos e folhagens são estáticos, hirtos à alva fria, que desce e se descamba da montanha abaixo!..

Os cúmulos brancos se fundem ao cimo denso e embaciam a visão ..E o que se vê é massa compacta e umas parcas partes vergas desveladas na descida, de resto , tudo é branco ou cinza...

Maciços verdes, relvagens sesmeiras e mesmo, espinheiros, dobram-se à passagem do carreiro!

Agora, é só atmosfera pensa...Montanha se esconde...

E o cerro deságua choroso pela mata, lento, aos lamúrios nevosos , mas com tal gume em direção ao pé do morro, que à vista da lanujem imane que copula às copas altas , entorpecem-se outros sentidos, muito além da vista ante os meus olhos!

É um sestro úmido, extremente, caindo em manto de poeira , cortina às picadas mais angustas do mato...Envolvendo a todas as partes ...

Um céu de nebulosas, como borrão em riste em sentido ao chão!

E foi , tão somente a pouco, ao sopé do monte, que se expandiu em véus de fumaça, bafejos mordentes que saltam às faces virentes e também às minhas faces ! Um sentimento de abandono a espremer-me a alma veio, antes acesa, agora viúva de goivos, temerária do relógio que marca o delir da friez de vem de dentro...

Entrementes, se a ordem à hora é umbre, é portanto, a laia lúcubre que se inclina a instantes banzos e inativos para abrigo das sementes, que ora dormem, e logo mais, se rompem ao cenário das mimosas plêiades primaveris! Robustam-se ao devenir das pródigas ondas flóreas, que , imediato , à estação ditosa abastecem!

Assim, mais a frente, estará a viva esperança, posta em pendão aos nossos olhos verdes , que jacundos, cotejarão os primeiros suspiros das floradas !

A chuva de fumaça é, dessarte, somente uma face daimosa do rigor hibernal!...É, pois, em verdade, chuva serôdia, que desce do céu como condão ! É tapiz, que se pinta de aquarela à virtude d'uma tela , tecida em quilhas fortes de árvores estriantes de seiva nova e de viço, em vastas extensões ramadas, em várias árvores de altiplanos e em muitos gorjeios de ervas do campo!

# Goivos : Flores de cores intensamente vibrantes e variegadas, que por sua intensidade e beleza, simbolizam a ALEGRIA da primavera.

# Chuva Serôdia : Representa o derramamento do Espírito Santo, as últimas bênçãos, os últimos dons que serão "derramados" à humanidade, nos últimos dias da história do mundo, em preparação para a "colheita" , que Cristo realizará em sua segunda vinda.

Será a última oportunidade de salvação dada à humanidade.

Nas Escrituras, ela é citada como sendo a chuva, que caía antes da colheita da primavera, era essencial para fazer com que as sementes amadurecessem para as colheitas.

Regina Caelli
Enviado por Regina Caelli em 25/07/2016
Reeditado em 31/07/2016
Código do texto: T5708853
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