Diálogo de um amor impossível - Lua e Sol
Lua...
Crua...
Que garimpa cata-ventos
Que o mesmo se dilua
Pra eu não ter que escutar
O que ela tem pra contar
Como poesia, so quero trovar
Pois trotar em certos sonhos, é perdição
Inda mais eu agora, coerência numa só canção
Quero deixar-te em cor
Talvez um palpitar multicolor
E como sofro, uma dor...
Dividida, prefiro partir
Um dito, pelo não dito sequer
Tua amizade almejo
Mesmo que lacrimejo
Em umidade, caio num ensejo
Lua
Nua
Vestida, não há cura
No meu pranto se desfigura
Mocinha, mulher, é insano
Esse meu devaneio, um engano
Ajude-me a abolir o profano.
Pra ser sol somente brilhando
E caminhos retos trilhando...
Mas só sei ser inteiro brincando
Com teu cata-vento dos sonhos, ilusão
Tudo isso em mim, profusão.
Nosso maior elo é a poesia
Que te seduz no meu olhar
E me encanta no teu falar.
Ama-me?
Então liberte-me
Pra ser feliz
E em cada aurora, olhando no céu
Ver-te-ia, mesmo que tudo findo, ao léu
Não que seja verso, posto ser sentimento
Que não encontre a chuva, o teu acalento
Mas que seja o manto que nos aplaina e plaina
Tua amizade será meu adendo
Teu olhar sem sedução
Meu falar sem pretensão
Puro, uno pra vida encantar...
Aceita meu implorar?
Respondo com partes de "Quereres" de Caetano Veloso:
"Onde queres o ato, sou o espírito
Onde queres descanso , sou desejo
Onde pisas o chão minha alma salta
Onde queres ternura,sou tesão
Onde queres prazer ,sou o que dói
Onde queres bandido,sou herói"