SAUDADES DO MEU SERTÃO
SAUDADES DO MEU SERTÃO
No sertão mamãe pilava milho com a mão de pilão, depois na maior alegria ia temperar o baião.
Com o milho pilado ela fazia festa, no fundo quintal com muita graça.
Prá alimentar os filhos com muito esmero não faltava o gostoso feijão.
Meus versos são do tempo que tudo era de graça, pano medido por vara, terra medida por braça.
Saudades do meu sertão das noites de lua cheia, das crianças sadias e das noites de quentão.
Diz o sertanejo que um cavalo ruim é a derrota dum vaqueiro, uma grande desgraça.
O alimento só tem gosto quando servido quente, fubá, arroz pilado, estimula a gente.
Tudo passou, hoje não sinto alegria, a vista falha e sem guia quando mamãe era viva, eu era um cego que via!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-FORTALEZA/CEARÁ