Antídoto da paz
Onde há súditos
Cerceiam-se as leis
Onde há reis
Não se permitem indultos.
Onde não há liberdade
Planta-se o fruto do luto
Cultiva-se a insensatez
Inocenta-se a insanidade
E permite-se o insulto
Pro óbito da honradez.
Onde existe o servil
Abominam-se as regras
Virtudes e costumes
Só se concedem à elite
À luz da verdade
Quase tudo se nega
Pobreza
É sinônimo de praga
Ladravaz
É sócio do Brasil.
Onde se licencia extorsão
O Direito indefere o certo
A razão, subproduto, objeto
Do veto da contravenção
E liberdade não tem parceria.
Onde há ditadura
A felicidade é impura e fria
Viver é projeto de contravenção
Ser feliz é um risco sem cura
De ser objeto dos sócios desta nação
Onde há ditadura
A dignidade é tão cara
Na cara do cidadão
Aqui, essa coisa não para
Sua prática é tão rara
Mas no homem de índole
Seu sonho não cala
Sua fala e voz
Abastecem os faróis da razão.
Edmilson Silva
Palmares-PE
04.07.2016