SEU ETERNO...
Chegou tão lindo, tão manso, sereno, encantador... Parecia que ia deixar vestígios, vestígios de amor...
Sabe aquela brisa da praia? Aquela que eu adoro? Aquela que me faz sentar na beira do mar, respirar fundo e ficar por horas e horas olhando o infinito? Sonhando com o tudo, pensando no nada? Então... Foi você, aquele dia...
Com um leve sorriso nos lábios, lhe recebi... Receptiva, o recebi em meus braços, em meu corpo, em minha cama, em minha vida... Apenas lhe recebi... Nem me perguntei, nem lhe questionei... Afinal, parecia já lhe conhecer há tanto tempo... Parecia que nosso reencontro já estava previsto e ia acontecer mesmo a qualquer momento... Não tinha pra onde fugir... Então, pra quê correr? Apenas lhe recebi e me entreguei...
Deixei que de meu corpo, fizesse seu alimento e de meu coração, sua morada... O eternizei em mim e sinceramente pensei que também estivesse eternizada em você...
Mas sabe, o problema não foi ter lhe eternizado em mim e nem você ter dito e demonstrado tantas vezes, que em seu peito, também já me eternizava... Às vezes, até acredito que fui mesmo eterna em você...
O único problema, foi que Seu Eterno durou tão pouco, passou tão rápido... Passou feito chuva de verão em plena madrugada... Ventos fortes, pingos grossos e gelados, perigosos relâmpagos, arrasadora trovoada... Sabe aquela tempestade, que de uma hora pra outra, sem avisar, simplesmente acaba?
Pois é... Pela manhã, é só constatar o estrago: Devastação em meu peito, solidão cortante em minha alma...