Anjo ou Demônio?
 
Estava escrito no livro do viver onde ninguém muda nada, mais tudo pode acontecer.
Aquele dia prometia ao sair de casa uma mulher lhe disse: horrorosa.
Fingiu não ouvir e seguiu de passos largos para a condução não perder.
Olhou-se de cima em baixo estava com a melhor roupa, o chemisier cor de rosa.
 
Minutos depois na fila do ônibus  debaixo do viaduto um rapaz a chamou de moça bonita.
Novamente olhou seu sapato, o verniz brilhava e seu cabelo reluzia mais do que o camisão.
Esforçou um sorriso acanhado e  dali saiu correndo enveredando-se na contra mão.
Procurou uma Igreja, capela ou centro espírita, mais o que achou foi uma Mesquita.
                                                                                                                                              
Estava cheia de indagação, quem seria anjo ou demônio? Precisava resolver a questão.
Belo amanhecer, mas do nada  o tempo fechou em um dia que tranquilo parecia transcorrer.
Prestou atenção aos fatos e conversou com seus botões: chego à conclusão é por causa do camisão.                                                                                                                                                                                                                     
Havia o adquirido num brechó pagara quase nada a uma senhora que breve veio a falecer.    
 
Sem saber como poderia se desfazer daqueles trajes num lugar público.
Além do vestido, havia adquirido no bazar o sapato e a bolsa de veludo.
Meio asfixiada procurou a porta de saída, mas enveredou-se por um cubículo.
Encontrou um armário imenso onde havia diversas batinas, Bíblias  e livros de Estudo.
 
Caiu do céu sussurrou a se ver no espelho com uma bata adequada ao seu tamanho.
Saindo daquele aposento a ordenação que viu deixou-a estarrecida.
A corneta soou e  entraram cantando em fila,  todos num só compasso.                                                                                                                                                                       
Alguém lhe disse siga-me, mais que depressa, catou o livro preto e enfiou debaixo do braço.
                                                              
Sentada ainda no escuro no ato da contemplação percebeu um vulto oferecer-lhe a mão.
Estás a procura de algo que precisas saber, posso dizer-lhe a verdade?
Eras um demônio quando roubou a batina para esconder a sua realidade.
E és um anjo, ofereceu seu louvor ao Criador em perfeita adoração.
Como sabes tudo sobre mim. Estavas me seguindo?
 
Não Mariana, ao entrar deixou cair sua identidade, seu nome significa pura e graciosa,
Será sempre um anjo, quando falar a verdade impregnada pelo sol maior.
Saiba que não adianta oferecer seu corpo para ser queimado se não tiver amor.
Neste mundo é tudo ilusão, conserve apenas a verdade, o que se passa conosco interessa aos outros não.
 
Marly Ferreira
Enviado por Marly Ferreira em 10/07/2016
Reeditado em 19/09/2016
Código do texto: T5693669
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