Elas...Vidas Latentes

Sentia há muito tempo

Um arrepio na pele.

Um olhar deslumbrado...investigante...enamorado

Para o despertar das palavras.

Estavam até então em vida latente...

Dentro da minha mente.

Uma a uma...vindo à tona!

Surpreendentemente desabrochavam.

Carinhosas...despretenciosas...irônicas.

Muitas... ricamente rimavam.

Outras mais abusadas...somente lacunas ocupavam.

Todas...sem exceção

Entorpeciam minha mente.

Dando asas à imaginação.

Propuseram-se então lançar sementes

Sementes de vida...em minha vida!

E com simplicidade de intenções

Amenizaram momentos de dor!

Também da saudade

De um saudoso e grande amor.

Hoje ...

Elas fazem parte dos meus dias.

Porta-vozes dos meus medos...e receios.

E muito mais...

Das minhas alegrias!

Benditas palavras!

Nascem ao amanhecer.

Trazendo muita luz ao meu viver.

Sem elas

Está página seria pálida

Sem sentido

Palidez de uma vida sem vida.

Com elas...

A vida diariamente se refaz

Em quase todos os tempos...

Do verbo amar.

Entrem,PALAVRAS!

As portas e as janelas... estão abertas!

Entrem!

Sejam benvindas!

Continuem dando vida...

Ao meu viver.

Permita-me regá-las....diariamente!

E assim...

No compasso intenso do meu coração

Florescerão.

E com novos olhares para a vida

Far-me-ão renascer...sempre.

E para que permaneçam

Dando sentido ao meu viver

Trancá-las-ei carinhosamente

Nas gavetas da minha História.

E as chaves?

(Perdoem-me pelo egoísmo poético...)

Jogá-las-ei fora.

Mar Busato
Enviado por Mar Busato em 04/07/2016
Reeditado em 18/07/2016
Código do texto: T5687621
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