Elas...Vidas Latentes
Sentia há muito tempo
Um arrepio na pele.
Um olhar deslumbrado...investigante...enamorado
Para o despertar das palavras.
Estavam até então em vida latente...
Dentro da minha mente.
Uma a uma...vindo à tona!
Surpreendentemente desabrochavam.
Carinhosas...despretenciosas...irônicas.
Muitas... ricamente rimavam.
Outras mais abusadas...somente lacunas ocupavam.
Todas...sem exceção
Entorpeciam minha mente.
Dando asas à imaginação.
Propuseram-se então lançar sementes
Sementes de vida...em minha vida!
E com simplicidade de intenções
Amenizaram momentos de dor!
Também da saudade
De um saudoso e grande amor.
Hoje ...
Elas fazem parte dos meus dias.
Porta-vozes dos meus medos...e receios.
E muito mais...
Das minhas alegrias!
Benditas palavras!
Nascem ao amanhecer.
Trazendo muita luz ao meu viver.
Sem elas
Está página seria pálida
Sem sentido
Palidez de uma vida sem vida.
Com elas...
A vida diariamente se refaz
Em quase todos os tempos...
Do verbo amar.
Entrem,PALAVRAS!
As portas e as janelas... estão abertas!
Entrem!
Sejam benvindas!
Continuem dando vida...
Ao meu viver.
Permita-me regá-las....diariamente!
E assim...
No compasso intenso do meu coração
Florescerão.
E com novos olhares para a vida
Far-me-ão renascer...sempre.
E para que permaneçam
Dando sentido ao meu viver
Trancá-las-ei carinhosamente
Nas gavetas da minha História.
E as chaves?
(Perdoem-me pelo egoísmo poético...)
Jogá-las-ei fora.