Ilusões
Me embalo nos sonhos e ressuscito no meio do alto sono profundo como um poço
Me sinto convocado a ser mero escrevedor do pensar da minha alma oprimida
Me sento, lhe escuto, e escrevo e descrevo o que oiço dentro de mim
Me dá um arrepio o falar dela, mas não paro, escrevo sem dizer nada
Me deixa prodigioso, sem ar, a suar fortemente como um vendaval
Me faz seu refém, vivo momentos milagrosos, onde só o milagre pode-me salvaguardar
Me acorda meu amor, e volto ao mundo dos vivos não-falecidos ainda
Me encontro sem perceber que vida foi aquela que vivi no mundo dos falecidos ressuscitados.