Linha do tempo

A linha do tempo

é o horizonte

redondo: Os astros

Se conheceram ainda jovens. Quando eram seres humanos , e trocavam olhares nos corredores. Pensavam que os casos de amor aconteciam primeiro aqui, na terra. Mas na verdade não. " Dois astros apaixonaram-se, há bilhões de anos luz atrás; Era uma vez...

Terra fina

A vida não é mais a mesma de algum tempo

atrás.

Há uma terra fina que habita

entre os sonhos e a realidade

E o que se percebe agora é só o tempo

Acontecendo aqui e agora

Entre a imaginação e a sensação

Golpeando a retina

E liberando a lisergia

Como a vida acordando da morte

Percebendo. Aceitando. Tudo aquilo

que foi negado por muito tempo. Todo aquele

medo. Agora não era mais necessário. Por que

já não existe mais futuro. Grandioso. Ou

Passado. Glorioso. Nem fracasso. Nem derrota.

Só existe sol. E mesmo que as vezes chuva

sempre existe amanhã. E mesmo que as

vezes não. Sempre existiu o hoje. O agora.

Enquanto há o agora

Haverá o ontem. Então haverá vida. Vida. Que respira e observa. Então existe. E por isso, modifica. E por que modifica. Existe. Então agradece. Por que observa. E por isso, vive. Por que reflete e sabe. Que então, o agora é uma chance. Então todo segundo é agora. Todo segundo é uma chance...Pra mudar. Pra viver. E mesmo que tudo e nada sejam a mesma coisa, não importa mais. Por que se importasse, não valeria à pena. Então esquece. Para de te preocupar. De se importar. Por que logo tudo acaba. E nós abrimos os olhos. E de mão dadas andamos e observamos o céu, de baunilha. E vemos que ele não existe. Só então lembramos. Que há o agora. E agora é o último segundo de existência. Por que a eternidade nunca chega. Ela já foi. E já te levou. E te trouxe de volta. Passou, enquanto trocava o canal. E te preocupava. E assistia as setas do relógio girarem. Sem parar. 360 graus. Avisando: "O tempo esta passando."E avisando. E avisando. Enquanto tu contava. E contava. Os dias. Os anos. Os "agoras". E enquanto tu esquecia, a eternidade passava, miúda. E tu nem via. Sentado na tua cadeira. "Na tua sala". E de repente. Nada mais importava. E de repente nós percebemos. De mãos dadas. Que não há mais nada. Nem tempo, nem relógio. Apenas nós, o aqui e o agora.

Mar de sonhos que me embalam

A noite é fria e úmida. Mas teu ébrio é doce. E dele bebemos. Caminho na tua direção sem perceber, que "eles" são o fim. E depois é só gozo. Mas caminhamos até "eles", como quem foge de medo. Como quem não percebe e se esquece. - "onde é mesmo que isso vai dar?"- E as coisas que perdemos pelo caminho? Será que somos tão jovens assim? Ou será que fingimos ser? Mar de sonhos que me embalam. Na tua correnteza me afogo. Por que era isso que nós queríamos. Por que não há nada mais aqui. Por que era isso que nós queríamos. O gozo da vida. O último grito. O suspiro final. O último gemido. Antes do mergulhar profundo.

Quando eramos astros nos conhecemos

E nos apaixonamos

Nossas matérias se chocaram

Se fundiram

E então à luz

À vida

Bum!

Luz

Choro

Por que um dia tudo acaba

Por que todo começo é um fim

E a verdade e a mentira não são inimigas

Nem o amor nem o ódio

São apenas dois elementos

De uma só matéria

Então nem somos

Nem deixamos de ser

Apenas implodimos

E morremos

E nascemos

Todo e cada instante

Todo e cada segundo

Então explodimos

E só então voltamos

Para o fim

Onde tudo começou

Entre dois astros

Apaixonados "

Choro

Luz

Bum

E tudo se acaba

De repente

Como se nem tivesse acontecido

De repente

Somos 2 astros

Prestes a se chocar

Se fundir

Em uma terra

Fina

Que habita entre os sonhos e a

realidade: A linha do horizonte

é o tempo

redondo

Raul Nini
Enviado por Raul Nini em 04/07/2016
Reeditado em 04/07/2016
Código do texto: T5686788
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