Entre Caminhos...
Entre caminhos...
Um tão esperado... Tão sonhado...
O outro já sofrido, atribulado...
Eu não sabia que o queria desde o princípio
Eu não sabia que minha alma pendia
Para o teu lado por inteiro...
O mês não me lembro direito...
Era março ou fevereiro...
Só me lembro que eram prateados os cabelos
E tão insistente nas idéias...
Me lembro das figurinhas...
E sem pensar... Tão natural como olhar
Eu fui desvelando-me... Ouvindo e falando...
E fui libertando-me de uma dor que me consumia
E me fazia sentir menor do que eu era
Aprendi mais sobre flor de mandacaru
E como arrancar a macaxeira...
Eu ri feito boba com figurinhas na tela...
Coisa de criança... Da criança que nunca deixei de ser...
Eu ri e fui feliz... Eu descobri que não dependia de nada
Que toda a graça e leveza estavam
Quando estávamos eu e você
Eu senti as suas dores estendidas em tapetes
Quis recolhê-las com as minhas mãos...
Senti no coração o desejo de livrá-lo dos espinhos...
Como uma criança tola eu não percebi
Que alguns deles é preciso tirar sozinho
A gente pode ficar perto com o remédio...
O algodãozinho só pra o outro saber
Que não está só...
Eu busquei resgatar a mulher
Tão sofrida, preterida e presa...
Eu fiz minha tentativa
E de novo fui pega de surpresa...
Eu queria que você só gostasse de mim...
Mas somos o que somos e a vida é mesmo assim...
Ela não para, como diz a canção...
E precisamos sorver todo mel, todo fel...
Chorar a lágrima que tiver pra chorar...
E deixar a represa escorrer...
A tempestade passar... Aí por vezes...
O sol se abre em mil tons
E um arco-íris de luz
Vem nos dizer: Olha o amor está aqui
Sim é pra você que o sol se abriu...
E o céu se coloriu! O cinza escuro foi embora!
A sombra cedeu à força da luz!
Olha... Pra que tanto sofrer...
Vem de novo viver o amor
Então ouço a canção que diz assim:
“Tudo novo de novo...
Vamos nos jogar onde já caímos...
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar,
Mergulhar, mergulhar”