Alquimia do fogo na magia do amor 17(final)
Pegaram carona um no outro, como cego carregando aleijado saíram pela vida gestando as próprias vidas e a comum estabelecida. Confrontar a prática da paciência, perseverança no cuidado recíproco, partilha das responsabilidades que tornaram comuns, com a atração desperta e o prazer numa intimidade conhecida. Eis a questão!
Depois do encontro que consagrou a união fica os olhos na perspectiva de quem não seguiu com eles; até onde a vista alcançou era nítida a harmonia, felicidade e beleza sendo buscada como água na fonte em prol da vitalidade e manutenção do amor que criou vida. Bastavam-se mesmo presente a maior das verdades, o sofrimento; realidade que assombra a alma humana na certeza da mutação das coisas. Como disse o mestre oriental, são quatro insolúveis; nascer, envelhecer, adoecer, e morrer. Descobriram o remédio que serve de elixir curativo oferecido pelas emoções que serviram de integração, equilíbrio para as personalidades serem, fazerem, conhecerem e conviverem. Resolveram expressar, doar felicidade um ao outro.
Aparentavam o domínio recíproco no manifestar a “arte do viver a dois”. No acontecer atuavam como que prontos, atentos na percepção consciente dos atos...tudo realizado no mais puro bom senso, afinal, a admiração mútua era irradiante. O “tudo bem”, “pode ser”, “não”, sim”, não passavam além daquilo que a parte oposta pedia, sem ressentimentos.
Depois de certa altura, aquele que ficou foi impedido de ver a postura dos pares na relação, afinal, a distância do percurso percorrido do casal nos anos deixou poeira no ar, montanhas e riachos encobrindo a observação.
Se nos “sóis da vida” souberam trabalhar em prol da manutenção da admiração um pelo outro sem prejuízo do tirado da “caixinha de surpresa” que é o futuro, garantindo ainda conforto de mesmo juntos estarem em suas individualidades nas ocasiões que necessitassem, fazendo do sentimento de solidão permissão e oportunidade para reflexão e refazimento, foram no caminho certo.
Não dependendo de o outro resolver sua casa interior, fiéis ao que a intuição sinalizasse que era esse o caminho, estarem juntos, não fazendo de propriedade os corpos recíprocos, deixando esquecidos em suas subjetividades as mazelas antigas que poderiam germinar do velho ego: mágoa, ódio, raiva, e a culpa pela infelicidade. Acertaram.
Viver e deixar viver e mesmo assim realizar-se no amor, eis o grande desafio. Se conseguiram, fizeram da alquimia do fogo o portal para irem para outros níveis de consciência. Quiça, seguirão para eternidade juntos nesta freqüência vibratória de bem aventurança, serão recebidos com festa pelo Arquiteto Imorredouro, na morada que não é morada, sem canto ou endereço, no ponto zero de onde originam as coisas, merecerão serem reconhecidos em graça e bem aventurança infinitas porque conseguiram se misturarem, doação e entrega do feminino e masculino, tornaram a representação microcósmica do divino, aqui.