Asas petrificadas
É mais do que voar, é sentir,
a brisa suave no rosto, para onde queira direcionar,
me perder entre os pássaros.
Por anos permaneci enclaustro,
olhando para os céus e me perguntando,
que dia iria digerir todo aquele processo,
mal sabe como foi doloroso me libertar,
Você me prende novamente a um ciclo.
você é os pés que amputei e deixei para trás,
o motivo o qual tenho me afastado.
Não serei subordinado a isso,
onde você ora é alguém que me diz que posso ir onde desejo ora é a bola de ferro preso nos meus calcanhares,
a pedra que não consigo erguer, nem mover para o lado ou para outro.
Você é a razão que tentei empurrar janela abaixo,
onde tudo se comporta pelo medo, se completa, se conjuga, fala a mesma língua.
O chão que pisa
A grama que cresce
O céu que só admira
A esta célebre razão, que por não suportar minha companhia resolveu fazer conluio contra mim.
Você é a sujeira que ponho debaixo do carpete e esvoaça de volta para casa.
É a despoesia assassina daquilo que dou a vida quando necessitava ter.
O querer constante de apagar as velas, a única iluminação da sala.
É o aproximar, a revelação, em carne e osso, quando contra a luz se projetava uma sombra maior e animalesca no imaginário.
Não era amarras que sonhei,
também não era até esse limite que achei que chegaria, quando o que foi idealizado ir mais além.
 
Você suga toda inspiração e intoxica o ar por natureza.
Me acorrenta a uma realidade que não quero viver e insiste.
Este instinto de matar o instante, isso eu não adotei em minha vida.
Varre de mim até a remota possibilidade de sonhar,
E na sarjeta sedento sobrevivo, com um pouco de saliva que tenho para elucidar o imaginário.
Você sempre será o embotar os dentes, os sentidos.
Você é as asas petrificadas a qual preso ao chão eu não voo...