Alquimia do fogo e a magia do amor 15

Começou desde as primeiras apresentações, a audácia foi a anfitriã; cada parte em reciprocidade falavam desmedidamente, de uma gargalhada a outra e “ajeitar” entre assuntos, calharam no riso que saía da esfera do “ouvirem-se”, transmutando no compartilhar da execução dele na melodia que originou, tornou “tocata y fuga” à quatro mãos ao piano. Que dupla! Dessa atração que encontrou morada no dueto formado, resultou nos reiterados encontros posteriores que a atração provocou.

Para dar intensidade nas cores que iam aparecendo no belo quadro pintado, os personagens decidiram esquecer as etiquetas das primeiras apresentações, sem identificação de nome, codinome, origem, cultura...berço, silenciando inclusive os pares o professar da apologia da condição de vitimados pelos fracassos na vida. NÃO. “Quanticamente”, o culto à culpa própria e alheia ficou de fora, decidiram embriagarem-se daquele estado primeiro.

Se a oportunidade não garantia por si só o novo contato, davam um empurrãozinho para isso, mesmo que necessárias inocentes mentiras com a vestimenta anêmica da astultícia da serpente, uma das partes provocava o encontro. Era somente festa, anônimos no início da execução da alquimia do amor a dois.

A única diferença foi que do recente resgate da capacidade do observar-se no trabalho épico feito dentro do cosmo da moça, pela postura do par masculino que contracenava, transmitido era o similar da percepção consciente da experiência; assumiram por ora a coragem e a liberdade genuína de usufruir o estado da intimidade profunda e realizadora a dois... ao certo ambas as partes tinham conhecimento potencial dos riscos desta aventura perigosa rumo a realização na intimidade profunda um do outro.

Ao que tudo indicava, eram sabedores que não dando conta de gerir o novo apresentado, havendo discrepância de maturidade de entendimento, e diversas as aspirações que se revelariam na abertura um do outro na convivência, poderiam cair no limbo do dispensável, preterível, absoleto para a continuidade da empreitada rumo à faceta diminuta da realização universal.

Porque não fazerem-se por esquecidos que foram RARAS as almas que na inconseqüência luminosa apresentada encontraram refúgio nos corpos um do outro, compartilhando do processo evolutivo e expansão de consciência, aquele feito por ambos, e os de cada individualidade.

Estas seletas almas, heroínas e privilegiadas, visitaram cômodos que intencionalmente deixaram abertos, depois, venceram o maior dos males, a rotina e o confronto da expressão das Almas no relacionar, o lado escuro que se manifesta, espelho que cada um apresenta ao outro nas discrepâncias de entendimentos. Como a impressão digital, personalidade e caráter não admite clonagem, cada alma tem a sua válvula propulsora que dita qual tom quer para o estar. Por fim, transpondo toda a área explorada restaram os dois ao final da subida, enxergando a dupla numa visão compartilhada, usufruindo as afinidades, compassivos nas diferenças, até que a morte os separaram.Indo com a admiração preservada um pelo outro, como no começo.

Melhor que a liderança solitária do próprio destino? Isso cheira perigo! Mas??Veremos.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 26/06/2016
Reeditado em 08/10/2016
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