SEM FEL NEM JUROS


O desfiladeiro íngreme do tórax vento abrupto.
O aprumo em que as mãos encontram vinhedo e livais em gestos,
nada carpira neles, exceto, por préstimo,
o que doutos chamavam Direito,
o que os olhos compreendiam através de  estandartes.
hipnótico suco em filiforme pendor de onde se alojam os sonhos e  pisadas cânulas da púrpura.
No breu, as gargantas e desfiladeiros eram quase proeza da imaginação, amontoado carvão e cinza, e nem a rocha enfeixada em ligaduras se lhes antecipara.
Fora o referto gado estupor intenso em diamantinas pupilas; 
O silêncio quebrado desolou as pontas de lança  último reduto da liga que em alqueires espessara obeliscos, escarlate a carmesim larva onde corações sangraram.
O Calendário  regera , sabia que horas depois do fogo do céu, aqueles da sua prole que peregrinam, guiando cascos e conhecem pelo nome cada carneiro e ovelha, âmagos trejeitos em idiomática animália, aplacar-lhe-iam esta alvura por dias, sem assombro, fel ou juros.



 
Labareda
Enviado por Labareda em 26/06/2016
Reeditado em 16/10/2019
Código do texto: T5678764
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