Arquimia do fogo na magia do amor 14

De cara viu a cascata de gelo ser recebida de alto abaixo sem chance de esconderijo seguro, a avalanche foi desencadeada. O aviso foi após estrondo repentino e curto do chamado à notícia, desceu pirambeira abaixo. Atingiu o conde e o larápio, o santo, o sábio e o andarilho, foram compelidos a enxergar a sina que oculto estava. Implacavelmente.

O Eros apoderou-se do estado de espírito da caminhante, sem chance de fuga, olhou para a direção norte achando que estava garantida com toda a artilharia para estar na guerra do agora, a febre foi tamanha que entendeu ser o rubor do corpo quando vem aos poros o “bafo” caloroso do inopino de qualquer fenômeno inusitado indicando ser do plano de luz, fugiu à interpretação do entendimento após a passagem primeira pelos sentidos, amigos da linha de frente, não sabe mais que caminho tomou toda aquela impressão avassaladora. Que alma era aquela?

Andava na estação numa tarde de sábado, quando o homem comum em meio à multidão desceu do trem com a mala em uma das mãos, e na outra, a bengala que comandava deslizando-a entre um apoiar e outro ao chão, elegância que cheirava cultura pitoresca, típica dos bons modos da sociedade burguesa do início do século, seu bigode, feito como obra de arte, escondia levemente os lábios carnudos rosados que indicava a boa saúde do corpo, e os olhos... descobriu a cor quando fitou-os no instante que cumprimentava-o num relance do oferecer sua mão ao cumprimento na passagem pelo corredor central do posto de partidas e chegadas da estação, o cavalheiro queria uma informação.

Chegava de uma viagem que havia durado tempos, quando reerguida por si dos percalços do mundo interior, Eros convidou-a mais uma vez desafiar a sensação do encanto, empatia entre almas que não se explica em fala ou escrita, a surpresa é a mãe da ocasião nestas coisas.

Não teve resposta, somente o desajeito da parte adversa de também ser vitima do provedor do trabalho, fez foi germinar no casal a singela e travessa virtude da afeição, a doação instantânea de colocar à mostra a alma,querer ser vista, ofertar a si mesmo ao outro. Aquele masculino de lábios rosados ficou numa palidez que definitivamente comunicou a outra parte a parceria do impacto, levou o cumprimento em direção ao da mulher que tinha em instantes resolvido em si que podia dirigir-se nesta vida.

Acredita seja isso o porquê do povo grego resolver levar à condição de mito este travesso incognoscível. Eros para eles era o deus travesso de amor, um servo e companheiro constante de Afrodite, deusa sua mãe. Será que poderia levar certa a máxima de que mito seria algo que nunca aconteceu, mas é verdade? Eros, para os antepassados do povo grego, era tratado como viabilizador da unificação dos elementos, passagem do caos ao cosmo.

Pois então! ao certo, no caso particular, da alquimia do fogo ocorrido até então no microcosmo da caminhante, teria tomado a direção correspondente? A do macrocosmo? A ponte era ele, a partida do calor interior estava sendo acionado no momento do entrecruzar daquele primeiro olhar, início do delicado e complexo jogo de tentativas daquelas Almas serem confirmadas por aqui da suprema realização no amor incondicional.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 25/06/2016
Reeditado em 08/10/2016
Código do texto: T5678546
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