Amigos novos e invisíveis

Escrever um verso, expressar nossas emoções e existir a possibilidade que alguém o leia pouco tempo depois. Melhor ainda contar com a possibilidade de que alguém comente carinhosamente alguma coisa a respeito e nos deixe saber o seu nome.

Vivemos realmente uma época mágica neste ponto. Ser imediatamente lido, um sonho jamais sonhado por nenhum escritor do passado.

Por muitas vezes pastoreio meus versos, orgulhoso, consciente dos meus limites, mas feliz por ter me mostrado por dentro.

Sei que às vezes meus versos são como espelhos de água que invento para um solitário Narciso.

Certa vaidade sim. Aceito. È verdade, mas eles traduzem sinceramente o que sinto. Pelo menos no momento em que os escrevi.

Não espero que alguém goste, mas gosto quando gostam.

Por outro lado quando leio os versos de alguém, leio-os sinceramente, olho nos olhos de quem os escreveu. Aperto a mão e beijo a face destes amigos invisíveis.

Como é bom ser chamado de amigo, ainda que seja remota a possibilidade de nos conhecer pessoalmente.

Agora compreendo a amplitude da canção que dizia:

Eu tenho tantos amigos que nem os posso contar.