A latência das coisas

Estou preso ao trabalho,

oito horas vendidas...

Vezes dias, vezes meses.

Espremo a letra

no tempo esvaído,

onde tenho seguido

a decência de um sonho.

Tristonho às vezes,

pela insuficiência

daquilo que se adia.

Cansado sempre,

pela balbúrdia

que volteia

os pensamentos.

Enquanto garimpo a pedra

do raro descanso,

danço no clarear,

no átimo da luz

e sem ela espero

que a exaustão

me alcance, me derrube

para que de novo

eu dance pelo tempo

de uma existência.

O meu sumiço

eu assumo e resumo

em ausência.

Essa latência das coisas,

converte-se agora

na urgência de tudo.

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 21/06/2016
Reeditado em 21/06/2016
Código do texto: T5674626
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