A latência das coisas
Estou preso ao trabalho,
oito horas vendidas...
Vezes dias, vezes meses.
Espremo a letra
no tempo esvaído,
onde tenho seguido
a decência de um sonho.
Tristonho às vezes,
pela insuficiência
daquilo que se adia.
Cansado sempre,
pela balbúrdia
que volteia
os pensamentos.
Enquanto garimpo a pedra
do raro descanso,
danço no clarear,
no átimo da luz
e sem ela espero
que a exaustão
me alcance, me derrube
para que de novo
eu dance pelo tempo
de uma existência.
O meu sumiço
eu assumo e resumo
em ausência.
Essa latência das coisas,
converte-se agora
na urgência de tudo.