Eu gosto do jogo das palavras

Eu gosto de brincar com as palavras,

de brincar de esconde-esconde com elas,

de almoçá-las,

de sentir o cheiro das suas rimas,

o gosto da sua poesia

e o frescor mágico dos seus versos.

Eu gosto de jogar com as palavras,

levá-las de um lado para o outro,

jogar para o céu e pegar com a boca,

lavá-las

e colocá-las para secar no sol.

Eu gosto de mergulhar nas palavras,

dar braçadas em sua ortografia nada ortográfica,

dar pauladas em seus erros mais escrotos.

Eu gosto de me arriscar em errar, apagar, escrever de novo,

deletar,

desistir,

clamar por inspiração e parar o carro no meio da estrada para escrever o que a inspiração acaba de me oferecer como oferta do dia.

Eu gosto do som das palavras,

da sua sintonia,

de seus refrões enigmáticos,

de sua inteligencia inesperada,

e de suas ligações pragmáticas e futuristas.

Eu gosto de escrever na mesma vontade que visito um amigo,

na mesma intensidade que levo alguém para cama,

na mesma eletricidade que abraço minha mãe.

É meu cigarro as palavras,

meu wisk que não bebo,

meu sangue que circula,

meu ar que respiro.

Eu gosto de amar as palavras pelo amor que ela pode transmite para os estranhos,

pela dor que sua verdade denuncia para os próximos

e pela cor do seu arco íris.

Eu gosto do jogo das palavras principalmente quando tenho como arma a vida, pois a vida sem poesia não é nada.