Tempestade

O anúncio veio através de um céu escuro,

Denso, pesado que parecia sufocar.

Os animais procuraram abrigo.

Os pássaros em especial,

Ficaram desorientados.

Aos poucos a escuridão cedeu lugar

À brancura de um céu opaco,

Embaçado, ameaçador.

E a tempestade veio...

Sinistra, perigosa.

A chuva caiu, em princípio, como garoa:

Cautelosa, calma, quase tímida.

Mas depois ganhou volume,

Engrossou, fortaleceu-se,

Ficou furiosa.

Freneticamente foi caindo sobre tudo,

Batendo de encontro aos vidros

Das janelas, portas e telhados.

Aliou-se ao vento forte,

Fustigando as plantas.

Quebrou os ramos mais vulneráveis,

Arrancou as folhas mais frágeis,

Desfigurou as árvores,

Despetalou as flores,

Coloriu o chão.

Então, satisfeita com o resultado,

Rejubilou-se, muito feliz

E perdeu a ferocidade.

Foi acalmando-se.

Ensaiou parar.

Continuou em forma de chuvisco,

Tornou-se intermitente...

Para... Continua...

Continua...

Para...

As nuvens densas, pesadas, abrem-se

E um Sol acanhado, deixa os raios

Espiarem por uma nesga

De céu azul puro, claro,

Transparente.

Na ramagem dos ciprestes eretos, imponentes,

A chuva, seguida do Sol, pendurou

Gotículas, quais pingentes

De cristal translúcido,

Irisados de luz.

Iacoe Michaela
Enviado por Iacoe Michaela em 21/06/2016
Reeditado em 24/04/2017
Código do texto: T5674561
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