E agora, Cora?

E agora, Cora?

E agora, Cora?

Que fazemos sem você?

Sem sua luz,

sem o seu tempo.

Sem os Papéis de Circunstância

guardados em antigas canastras.

Que faremos sem a sua Goiás:

Beco do Sócrates,

Rio Vermelho,

e a Casa Velha da Ponte?

Onde achar o Boi de Guia

ou uma Pedrinha de Briante?

Onde andará mestra Lili?

Sá Liduvina... Brigilata,

Iaiá, Ioiô,

E tantas... Tantas outras mais!

Pr’onde foram As Lavadeiras,

O Lenheiro

E a Maria das Tranças?

E as santas mulheres perdidas,

as minhas Mulheres da Vida?

Como vou viver sem elas?

Donde pousam agora as boiadas

Cadê o Trem de Gado?

Assombrações?

Já não existem!

Fugiram todas, foram embora...

Certamente ficaram com medo!

Não tem mais Missa

nem a Procissão das Almas.

Sem você tudo acabou, perdeu-se o sonho

Acabou-se a graça!

Escafedeu-se o antigo.

Que sumiu...

Desapareceu nas brenhas entristecendo a vida

na Cidade de Goiás.

Quanta saudade, Aninha!

Zédesara

Belo Horizonte - 2005

Zedesara
Enviado por Zedesara em 21/06/2016
Código do texto: T5674129
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