Beijava-te

Beijava-te a comer tuas pretensas palavras, a contar as batidas do coração em suspense e o ardor indefinido da sede bebia tua boca, mordiscava tua pele eriçada para te levar ao sumo do agora, pelas transparências do sonho. Beijava-te e tinha sede, sede das tuas mãos em alvoroço e do teu sol cravado na pele das possibilidades. Beijava-te enquanto fechavas os olhos e nos perdíamos de nós pelos versos que escorriam dos teus dedos submersos nos meus, imperfeitos e imorais a abrir sedento o meu ventre de estrelas. Beijava-te como fosses um caso de amor de um dia, enganchada em teu peito a sussurrar teu nome baixinho... beijava-te!