O pão do pecado
Sem herança de sonhos conquistados, solucionados, sequer vislumbrados, resolvi entregar meus dias para algo que ainda desentendia.
Não posso vê-lo porque peco em mim por ti e segundo acusação implícita, o inferno arde à minha espera.
Fujo de ti, não por temor ao fogo endiabrado que dizem me aguardar, mas por saber que vieste de tal perdição que somente esta tua fé, na hora exata, te salvou.
Não irei eu usurpar, de tua mente, o céu dourado donde querubins alados te juraram salvação. Que deste querer somente eu seja a penitente.
Fiz-me fornalha e de trigo e fermento, fizeste o pão de minha perdição que agora degusto como herege solitária para que, te olhando, não venhas a te tornares pagão.