Linhas e Espaços

Linhas, ah, as linhas! O que são na verdade as linhas? Linhas são retas simétricas traçadas na perfeita exatidão de riscos corridos com um calculado espaço entre eles. E esses espaços? O que são? Ah, esses espaços são vácuos brancos limitados pelas linhas.

Minhas linhas são diferentes, meus espaços também, eles são grades de uma prisão que clama por ser preenchida. Grades de uma prisão que anseia criatividade. As linhas são as grades que limitam os prisioneiros, prisioneiros esses que preenchem os espaços, prisioneiros esses que devem ser presos, prisioneiros que são os mais perigosos... Perigosas... Perigosas palavras!

As linhas são confiáveis, se as conto alguma coisa elas guardam para si, mas também podem ser traiçoeiras, se caem em mãos perigosas, logo, logo, abrem o jogo.

Os espaços são carentes de preenchimento, muitas vezes somos egoístas e os preenchemos com nosso orgulho, tristeza e ódio. Mas muitas vezes também o preenchemos com alegria e felicidade.

Há presente mais lindo que espaços e linhas repletos de sentimentos? Enrole-os em uma flor, em uma flor tão bonita que quase se comparem com as palavras nelas escritas. Diria que nem a mais forte e segura prisão do mundo é mais forte e segura do que as linhas e espaços, pois eles são capazes de aprisionar e transportar até os olhos desejados até o mais belo e forte... Amor.