IEMANJÁ

Senhora dos Navegantes,

minha querida Iemanjá,

meu amor em sua jangada,

foi pescar em alto mar

e eu me sinto angustiada.

De joelho eu te suplico

cobre -o com teu manto azul

contra os perigos do mar.

Deixei acesas na praia

velas em tua homenagem.

Lancei ao mar uma rosa

para enfeitares com ela

teus longos cabelos negros.

Aceita minha oferenda

e traz de volta aos meus braços

o meu lindo pescador.

Podes brincar co' a jangada

subindo  e descendo as ondas,

podes  fazê-la correr

ao sopro forte do vento

mas não a deixes virar,  

por favor, minha Iemanjá.

Dá-lhe noite sem tormenta,  

um céu cheinho de estrelas,

uma lua redonda e branca,

tão branca como as espumas

que cavalgam tuas ondas.

Iemanjá, quando vieres

beijar nossas praias brancas

com tuas ondas tranquilas

ao voltar, leva contigo

meu amor e minhas preces

ao meu lindo jangadeiro

sozinho no mar imenso.

Diz a ele que já o vejo

arrastando sua jangada,

recolhendo sua vela,

enrolando sua rede

e, com beijos, acenando

feliz de voltar à terra.

Iemanjá, do mar rainha,

mãe de todos navegantes

transforma em realidade

esses meus sonhos distantes…

À beira do mar espero

a volta do meu amado.

Cada segundo é um martírio

e da jangada nem sombra…

Meu coração bate forte

ao ver um ponto distante

dançando por sobre as ondas.

Não sei se ria ou chorava.

Dei um grito de alegria

e ergui os braços ao céu

numa prece agradecida.

Era um lindo jangadeiro

que Iemanjá trazia de volta.

João Roberto
Enviado por João Roberto em 15/06/2016
Código do texto: T5668325
Classificação de conteúdo: seguro