Alquimia do fogo 3
(Continuação )
Rodeou acompanhando o próprio rastro, via que pisava em brotos que iam aparecendo no solo devastado pelo fogo, verdinhos! eram mercadorias retornando; em primeira mão apareceu a patética e decidida vizinha antiga, mágoa, do ter sido e não poder ser mais, da luta por não conseguir segurar o tempo, as respostas recebidas na pontualidade traiçoeira da ingratidão, as cenas do jogo sujo que participou como mera figurante.
Continuou escancarando para fora o que sempre foi, agora na roupa vitalizada, aquele diálogo que entendia ter esquecido. Palavras nodosas, de aspecto pungente, o “disque me disque” e o “leva e trás” das razões...Nossa!!! estavam “tudinho” ali, até a brisa que caía na tarde sangrenta. As cinzas do pós continuavam as mesmas.
Mágoa bandida! Como pode ainda no broto nascer crescida, pronta para o para que existe. Dentro, a dor infinita da prostração de não ter feito mais para não levar tanto, a mágoa é a cancerígena maior, leva o silêncio como virtude, trabalho feito pela própria prejudicada, trabalha como tiro de 22, contudo, lentamente; vai fazendo o rasgo desorientadamente, não vê rota, reta, o importante é ir deixando o sujeito pesado, morno e na proporção inversa, duro, pronto para qualquer reação, mesmo que fosse qualquer coisa, inclusive voltar estar para os argumentos novamente. Os amigos, companheiros de longa data, raiva, ódio, mágoa, culpa, e todas as fanfarronas conhecidas. Batalhão formado, casa cheia, movimentada, como criança em primeiro dia de aula.
Há, não! Pensou, provocarei furacão, ou acordarei trovões, alterarei as correntes oceânicas para cá dentro ocorrer a catarse? Esvaziamento desta réplica intestinal que não suporto mais? Mas, e até onde?, o fundo sem fundo deste interior que porto desconheço seu começo e fim... vá que apareçam pela porta da frente novamente como fizeram a pouco?
Não dependia mais da indignação de ter a sombra acompanhando-a. Tudo estava ali.