Amor impossível
E caminhando em solidão, meu peito ardia em plena melancolia. Outrora fogo, outrora trevas.
Trevas voluntárias, resultantes da frustração de um novo recomeço.
E então meu coração se posiciona em paz. Minha alma se reveste de tranquilidade e, em nirvana, eu contemplo o mais puro êxtase de se sentir afagado;
São momento de ternura, advindas dos braços calmos e serenos de uma jovem e pequena Deusa.
Uma Deusa desconfiada, que perante a minha sina e vãs mentiras ditas sobre minha jornada, custa a acreditar que és de fato divina, pois minhas palavras são fel.
Uma Deusa que me vê em anseio por púberes curvas, quando tenho apenas um pensamento.
Como pudera? Eu advindo de todos os infernos de Dante e ela emergida do seio puro do criador... Eu nascente do frio umbral e ela renascida em puro e elevado ser?
Lua e sol, paz e guerra, trevas e luz, amor e paixão!
O equilíbrio imposto pela grande arquiteto para o nivelamento astral.
E eu, agora, taciturno e radiante, vislumbro a alegria da jovem Deusa.
Sinto sua força, ternura e aconchego.
E em meio da delicia de existir e ser humano, ela me mostra o quão duro é ser divina.
Será um amor impossível entre uma Deusa e este mortal?
O clarim, a cítara e os cânticos me mostram o caminho, o caminho do divino coração.
Será um amor impossível entre uma Deusa e este mortal?
Que seja, afinal, chama que aquece o coração.