UM GRITO NO TÚNEL
Anacletos, Gilbertos, Albertos, Cearás
Antônio, Gonzagas, Severinos, Germanos
Sangue no concreto areia, pedras
E cimento formigas humanas
Concretando o túnel.
O nó na garganta pelo o aborto forçado da esposa
Com 12 filhos não pode ter outra criança, o beijo no
Retrato da namorada, no túnel o vento trazendo
A morte , abraçado no corpo sem vida de Anacleto
Está Severino, é o choro a prece o joelho no chão.
É o grito do companheiro Ceará!
Com a carta manchada de sangue de Severino para
Sua amada, e o metrô indo e vindo olha o chiclete aí
Seu moço meu pai faleceu ajude-me, por favor.
Quem é esse menino?
Será filho de Anacleto?
Olha o chiclete ai moço!
O sangue no concreto
E a desilusão nos olhos
Do inocente!