Alquimia do Fogo 2

Alquimia do Fogo 2

(continuação)

Ficou assim por algum tempo, a escuridão e a incendiária, nada à volta; dispôs de tudo que tinha garantido a baderna interna, olhou para o nada por algum tempo, sabe lá quanto...um, dois, três tantos de bocados de horas. Via a si sem sabores especificados, seguia, seguia, seguia. Passou fazer cumprindo a rota e roteiro sem dramas estabelecidos. Que nada! apoio para o bom ou ruim ? o vazio no seguimento da vida não contava mais com o lânguido que deixava a vontade com o peso da quinquilharia interna carregada. Ao menos decidido estava que não permitia ser lisonjeada com as benesses dos destaques que deixava a paz e bem aventurança suspensa, o trabalho do céu e inferno desenhado em si, cada passo, cada centímetro percorrido ia nua com a mão no bolso.

Até que conseguiu descanso; forte, fraco, primeiro, segundo...estas contagens, medições que vivia no interagir consigo e o exterior, acabaram, esqueceu até o que era balança, para si e outros....SERÁ? O ego foi o personagem que primeiro habilitou encarar no terreno faxinado pela honestidade, aproximou dele sem aflições, afinal, pensou, tudo que dissesse estaria investido na velha montagem da personalidade, havia ido embora.

Com aquele jeitinho que todo mundo conhece, Sr. Ego... como quem não queria nada habilitou iniciar o diálogo:

___Oi.

A desistente numa expressão de conhecida antiga, disse sem esboçar movimento:

___O que quer?

Ele, imediatamente retaliou:

___Cadê o resto? Fiquei sem serviço?

Há! para quê? Foi ao encontro dele estapeando, esmurrando a si mesmo, já que a entidade sem forma criada não tem rosto, e nem corpo, brinquedinho de mal gosto criado pela mente. Começou escabelar-se como louca, aquela que PENSAVA que tinha resolvido a situação, viu que o serviço feito até ali foi pela metade, havia raíz que ainda tinha vida, o suficiente para manter ao fogo brando a raiva, a revolta, a ira, a indignação de não querer sentir de novo tudo aquilo. Desabou:

____ Nãoooooo! BASTTAAAAA!!!! Não faz reviver aqui MINHAS DORES, odeio você, ODEIO VOCÊÊEEEEE, tiraria a vida se me comprovasse como um mais um é dois que não viverei mais esta derrocada no depois. Deixa-me aqui na solidão anestesiada, se queimei tudo, porquê sobrevive ao relance do que foi? Tenho que acabar é contigo, canalha, tirar sua consciência, sua inteligência de ser mais que eu nesta história!!!

Sr. Ego silenciou, como sempre não disse mais nada, afinal, trás sempre somente o despertar do desejo, mesmo que seja o de acabar com ele mesmo. Olha aí o cachorro correndo atrás do próprio rabo!

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 12/06/2016
Reeditado em 12/06/2016
Código do texto: T5664988
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.