A questão sobre esse eterno retorno
Debruça-te os cotovelos sobre a mesa,
dedos entre os cabelos
o espasmo estampado no rosto
a música tocando no rádio
onde foram parar aqueles dias bons?
onde realmente tínhamos uma razão para viver..
como conseguiu então chegar até aqui,
seguindo vivendo sem viver,
a espera, de alguém
que poderá
te levar, para bem longe
desse lugar amargo;
debruça-te sobre esse leito agora,
não há muito o que fazer agora,
tudo esta parado,
parado demais
menos essa música,
que segue trocando acordes
e o sol
que vai se movendo
até se colocar,
de acordo com os ponteiros desse relógio.
E então você acompanha mais um dia,
sem nenhuma notícia boa nos jornais
sem nenhuma esperança do amanhã,
sem nenhuma passagem de trem comprada para algum lugar,
e lá se vai,
mais uma chance
de sair daqui para sempre.