O fim não passa de um início
Não entendo, ou melhor dizendo, propositalmente não quero entender porque as pessoas, de uma maneira geral, pensam o fim como o fim. O fim, não passa do início. Não passa de uma permissão para que outra coisa ou fato aconteça, tendo em vista que, para uma situação ocorrer, é preciso que outra se finde. É necessário que se encerre uma ação para fazer outra.
Caso a ação anterior não seja totalmente finalizada, percorrermos um objetivo com a angústia de que, os pontos não foram colocados no lugar certo. Se não fecharmos os espaços abertos, existirão verdadeiros “vazamentos” de nós mesmo. Não conseguiremos ser completos. No máximo, conseguiremos o inverso do queríamos, já que, nossas ações ainda estarão influenciadas pelos espaços não findados.
Admito que, seja possível a existência simultânea de duas ações. Todavia, uma será negligenciada. Uma delas, dessas ações, precisará de plural, mas só obterá o singular. Precisará de conjunto, mas só terá as peças desgarradas.
E era justamente isso que parecia ser necessário falar. Que o fim, não passa de uma possibilidade para um novo inicio, e que o inicio, não passa de uma permissão de acabar com um velho fim.
E era isto que a menina Anna queria colocar em prática. Ela queria acabar com a “opção A”, para poder se arriscar a alcançar o “resultado B”. Ela queria parecer um pouco mais leve, o suficiente para pode viver sem preocupação e o limitado para não cair, mas o possível para poder voar.
Na mochila de decepções, colecionava infinitos livros de romance. Infinitos poemas que pareciam ter sido escritos exatamente para ela. Transformava suas ilusões em histórias dignas de cinema. Seus jeitos eram transformados em lembranças de um tempo que foi bom. Seus acertos, eram medalhas por não ter desistido, mesmo com tudo sendo contra, agindo contra.
Ela estava nesse processo, de admissão do fim como o início. Tinha acabado de se dedicar em passar de fase. Em evoluir. Em tirar o que nada acrescenta, e de acrescentar o que nada te tirava. Estava decidida a mudar. A inovar daquilo que não era novo. De mostrar algo que fosse importante. Era o seu início particular.