TENHO LÁGRIMAS E SORRISOS!...
Tenho lágrimas de tristeza chovendo em meu rosto... tenho lembranças amadas que me apertam o coração...
Tenho sorrisos nos lábios quando toco teu corpo palpitante... coberto de amores-perfeitos...
Trago nas mãos réstias de caules e folhas de flores... as pétalas de todas as flores que salpicam a estrada por onde passa o Amor e a saudade... algumas réstias de espinhos prendem meus passos na noite e mos devolvem na madrugada!
Vestida de pétalas de rosas... adornada por jasmins lilases... sigo na busca do amor-perfeito... que em sonhos se esfumou na estrada dum arco-íris florido!
Todo o sonho tem o seu espaço em branco... esperando a claridade do amanhecer...
Todo o poema tem um verso em branco esperando a rima mais bela...
Meus poemas sonham com uma música suave ou com uma guitarra que toque baixinho... seus versos doces e tristes... num fado triste e magoado...
Trago nas mãos cansaços que me afagam... meu corpo se aquieta numa tela vazia... minha insônia vagueia em cima duma cama solitária e fria... e as minhas recordações repousam nas palavras que saem da minha boca sedenta do calor do teu sorriso...
O silêncio vai doendo na solidão dos dias... o tempo marca o compasso das horas sombrias... e a vida marca de sulcos... meu rosto cansado das longas esperas pela justiça das injustiças passadas...
Meu quarto é meu refúgio... onde sonho as insônias geladas no aconchego duma cama vazia... onde grito o silêncio que ninguém pode ouvir... onde choro a distância que me separa dos amores que lá deixei...
Trago nas mãos a alma dos meus desabafos... feitos versos de solidão... feitos sonhos de esperança... vestidos de risos e cansaços...
As palavras que me agridem... não têm afeto ou carinho... nasceram em masmorras sombrias de dor e descompaixão... por entre sorrisos e lágrimas se fundem com a solidão...
As palavras que me agridem... têm a quimera por carcereira... e numa redoma de vidro prenderam uma esperança pequenina que não pode desabrochar porque seu viço secou...
A eternidade me acompanha a cada raiar de aurora... sorrisos e lágrimas que importa... a minha esperança é eterna... não seca como a outra pequenina que não pode desabrochar...
Minha esperança vem doce na tempestade... suave com o vento suão... com abraços fraternos de laços sem nós...
A vida nos dá dureza... e por vezes muita tristeza... mas como saber o seu sabor se não houvessem lágrimas e sorrisos... para além duma grande perda... para além duma enorme Dor?!
By@
Anna D’Castro