Um poema estranho

Um poema estranho

com linhas estranhas e noções ilógicas.

Um poema sem lógica para salvar este mundo sem lógica.

Um poema escroto para entrar nas entranhas dos ignorantes e perfumado para mergulhar nas narinas dos intelectuais.

Um poema exótico.

Cético e religioso ao mesmo tempo,

Sandy e Gretchen ao mesmo tempo,

Madonna e Madre Tereza ao mesmo tempo,

Triste e alegre,

Revoltado e consciente,

Burro e inteligente,

Um poema assim.

Um poema sem fim, sem meio...só com o inicio – só com começo,

Um poema aos avesso.

Frente e verso na mesma letra,

Lado e fora da casinha na mesma sintonia,

Alegria e tristeza no mesmo tempo.

Um poema tão estranho que confundiria Einstein e Freud numa só palestra.

Despencaria como salvação,

Iluminação,

Recordação,

Coração,

Alma....

Um poema futurista e conservador comendo no mesmo virado de miúdo de frango caipira,

Um poema caipira, paulista, corintiano, santista, saudosista e iluminista,

Um poema tão estranho que a estranheza dá dois passos para traz quando lê.

Um poema não só para ler, e sim mastigar e sentir,

Deglutir e respirar,

Somar e diminuir na mesma medida.

Um poema estranho na medida certa e no tempo errado.

Um poema errado para hora certa.

Um poema é escrito todo dia.

Nós escrevemos poemas estranhos todos os dias chamado “VIDA”.