MÁGOAS

Mágoas são ressentimentos guardados a sete chaves... fechados em gavetas de silêncios... espaços em branco preenchidos apenas pela tristeza das paredes nuas e frias dos sonhos por realizar... e que vão gritando um lamento sem resposta ao tempo que passa...

As mágoas que em meu peito ardem... são como lágrimas amargas que sulcam meu rosto em dias de tempestade agonizante... numa procura por um corredor iluminado que conduza ao final do labirinto sombrio por onde vou caminhando...

Tento me encontrar naquela sombra que avança... descansar num recanto acolhedor do caminho... pensar com algum carinho naquele amor que um dia foi meu... mas hoje está somente na penumbra dum passado onde apenas as mágoas imperam e no meu rosto vão-se escorrendo pelos cantos dos olhos... e vão caindo no abismo escuro do desalento e da incerteza...

Mas quando procuro em vão... calar em mim uma voz magoada... o meu corpo se estremece de saudade dos dias em que o sol brilhou... das noites em que a lua veio beijar meu corpo nu... esperando o calor dum outro corpo nu palpitante de paixão...

E minhas mãos cansadas vão tateando o vazio frio onde se escondem os desenganos... e onde a dor é um afago para o meu corpo dormente... que vai adormecendo com o entorpecer da minha alma...

E esse sentimento carregado da tristeza que fica em mim... fica em mim presa... com uma profunda emoção... com as minhas mágoas vai caindo... tal como a chuva que cai na natureza... assim vão caindo as lágrimas amargas que lavam o meu coração!

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Anna D’Castro

Anna DCastro
Enviado por Anna DCastro em 04/06/2016
Código do texto: T5657162
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