MIUDEZAS

Escolheu ao acaso, e sentou-se ao pé de um imenso carvalho, e nele recostou-se. Tinha nas mãos um livro, mas, diante da paisagem, o deixou fechado, aconchegado ao seu colo.
Passeou pela paisagem com seu olhar atento e curioso, um traço muito seu, cultivado desde a infância.
Deu linha ao pensamento, e ele, curioso, voou solto, sem rumo, como se fosse uma pipa no ar.
Vez ou outra, ele (o pensamento) voltava até ela, como para se certificar que tinha uma casa pra onde regressar.
Por segundos, ela deteve-se a contemplar os barcos a remo, silenciosas embarcações, a levar tantos sonhos a passear. 
Sua alma aventureira, mergulhou nas águas tépidas do lago, e nas profundezas do mesmo, encontrou-se com as suas profundezas. 
Voltou a olhar o livro que feito um filho, dormitava em seu colo. Deixou-o ali, e preferiu a companhia das miudezas à sua volta.  
Se tinha algo que ela sabia, era que o pouco que sabia, aprendeu observando as miudezas da vida.



(Imagem: Lenapena - Central Park)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 04/06/2016
Reeditado em 04/06/2016
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