Inveja

Revirando lugar qualquer donde possa ter passado a inveja, testemunha-se rastros da sua passagem, pisadas frescas podem ser notadas ao chão em forma circular à cena eleita, ideal do que nunca teve, conforto doído para os olhos doentes que desistiu da vontade para ficar na espreita de vidas como aquela. Andou, apreciou, mediu, analisou pós e contra, não teve jeito, depois de algum tempo sufocou quando transbordou o desespero de não ter, nem ser aquilo que representavam, lá.

Deu mais algumas voltas falando alto para si na tentativa de tentar converter-se de que não era para ele, nem precisava de tanto. Não deu tempero! o vazio impreenchível no cantinho do coração pedindo o “justamente aquilo”, gritava, esmurrava o salão nobre da Alma para ser satisfeito.

Que nada!. Além dos conceitos, dos valores éticos estava a indignação, a dor da perda do que nunca teve; mesmo sabendo direitinho o certo e errado, cultuando a compaixão, o reconhecimento da honra alheia, reconhecido, até partilhado das vitórias de outrem, não sobreviveram quando teve tão pertinho o cobiçado desejo irrealizado sendo satisfeito no palco de outrem. NÃOOOO!destronou toda compostura, a lisura, o bom senso, a bondade, o respeito, a admiração. Pronto, a partir daí! do insustentável, saiu!! Foi Respirar ar limpo lá do outro lado.

Os que estavam se fartando daquilo que naturalmente calhou em seus destinos nunca saberão do confronto, da briga interna, dos porquês não respondidos pelos lá de cima à alma adoecida pela inveja.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 02/06/2016
Reeditado em 02/06/2016
Código do texto: T5654918
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