QUANDO ELA VEM

Ela não está, mas nunca sai dos arredores. Costumo acertar o instante em que ela surge, me cercando como um fogo-fátuo carregado de neblina.

Sei quando vai passar por mim, mas não passa...

E então ela chega... Bem vestida, apesar da roupa-de-semana. Não quis conversar. Somente um breve aceno.

Tem o silêncio; eu, músculos cardíacos que se dilatam após uma sístole infernal. Meu sangue vai dançando pelo corpo em veias bailarinas.

Ela é um pouco linda, ela é um pouco fraca, ela é um pouco falha. Ela não fala. Ela não demostra nada. Não! Só me deixa lembrar o tanto que não sou na impotência de seu silêncio.

Ela sobe a escada até sumir. O seu corpo vai, mas ela fica aqui misteriosamente... Uma insurreição silente que grita mesmo estando ausente.

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PAPIROS DE ALEXANDRIA

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