Armaduras
Foi e é tão fácil me apaixonar por você tantas vezes
Talvez porque você tenha essa armadura antiquada
Insiste em ser um charmoso e doce herói derrotado
Você é tão complexamente simples que encanta-me
Sempre tão armado que se esquece de usar suas armas
Seu rosto com jeito de fotografia falsa despertou-me
Quando lhe percebi tive a ousadia de querer proteger-lhe
Acreditei que o homem de armadura precisava ser cuidado
Mesmo quando aquela bomba explodiu em cima de mim
Mesmo sem saber de onde e para o que veio fazer a nós
Antes de ver se havia sido ferida, busquei seus ferimentos
Jamais soube se você foi atingido e se havia uma guerra
Acreditei que o mundo havia realmente sido despedaçado
Até hoje e sempre acreditarei que sim, que o mundo ruiu
Intrigou-me sua inabilidade em seguir padrões em desuso
Tentou ser cruel comigo e conseguiu por um pouco tempo
Não durou mais que um instante na sabedoria da infinitude
Apesar de você estar trancado no seu silêncio eu o escuto
Pressinto seus ferimentos interiorizados; para mim gritam
Ainda ouço o som daquela música que acreditei ser única
A música ainda que tocada infinita vezes, sempre será única
Aquele momento foi, é e sempre será meu, será nosso
Sabe o que é? Estávamos sendo únicos diante um do outro
Continue silencioso, homem vestido de ferro enferrujado
Seus sons antigos permanecem vívidos, audíveis e neles creio
Por mais que sua fotografia se torne antiga o que foi, foi
Aquilo que um dia fomos, sempre será pelas eternidades