" Existo..."
Já tentaram me apagar em vão, mas grafite a grafite me junto aos poucos, e me faço de louco, e quando fico lúcido outra vez, invento ou outro "rascunho" para continuar existindo até que a borracha da solidão volte a me apagar (...) A solidão é algo sintético, ninguém sabe na realidade do que é feita, sua composição é estranha. Horas, medo.... em alguns dias sem noites de sono é até abandono (...) Sua mais sagaz brincadeira é ocultar nomes e paradeiros e em dias “derradeiros” é apenas na maneira mais implacável e feroz, solidão (...) Existo porque persisto nessa ciranda atrevida chamada “vida”, não tenho paradoxos temporais e nem o instinto assassino dos homens “animais”, disfarçados de gente em seus lindos e esnobes “quintais”, mas com racionalidades banais.... limpam, lavam e organizam mas não conseguem esconder de mim o seu guizo.... e muito menos receber de volta um sorriso, mesmo de improviso (...) Existo na forma complexa de um olhar, e na fina maneira simples de um sonho, existo na noite, durante “seu” dia e nas horas que deseja apenas rebeldia (...) Vem ser “rebelde” comigo, se quiser pode até me chamar de amigo, não ligo , mas não demora.... a chuva das horas cai lá fora, e acho que não vou existir por muito tempo, lamento.