Peregrina
Uma menina presa num corpo de mulher. Ou seria o contrário?
Lágrimas de doçura e sorrisos de amargura, um semblante singular. Olhos que brilham confusos com os pensamentos difusos. Vivendo o abstrato, sonhando concreto, aspirando o afeto ao caminhar no deserto.
O sorriso é seu mantra, tantas vezes o repete, que crê ser feliz apenas com a própria companhia.
Assim como a lua, faz da noite seu reinado. Brilha, ilumina, dança por entre as nuvens. Mas lhe basta uma brisa para minguar. A peregrina se vê perdida entre o real e o faz de conta.
Afinal, o que é real?
Ela então vaga acompanhada da imaginação, buscando o futuro em cada passo, na fronteira entre razão e emoção.