A ABELHA ABELHUDA
Ela não gostava de trabalhar, voar aos campos à procura de flores para extrair o néctar na fabricação do mel. Às vezes saía com as companheiras, dava um voltinha, desvencilhando-se delas e voltava para a colmeia, alegando indisposição, enxaqueca, pedindo para a abelha soldado, guardiã das colmeias para fazer um chazinho para ela, querendo ensinar a maneira de fazer, para ficar mais delicioso. Logo que tomava, adormecia e ficava o dia todo deitada em sua caminha sem fazer nada.
No dia seguinte, arrumava uma outra desculpa para não ir trabalhar e que causava muita indignação às suas irmãs, que voltavam exaustas das labutas do dia.
E assim passaram-se os dias e transcorreram-se os meses e a abelhuda, não trabalhava e ainda sempre deva seus palpites, em todos os assuntos inclusive para abelha rainha, querendo destituí-la da colmeia, fazendo mexericos às abelhas operárias sobre a incompetência da chefona, com referência a sua administração e à produção do mel.
As abelhas operárias, insatisfeitas com a abelhuda, tentaram várias vezes aplicar uma peça nela, mas sempre escapava ilesa.
Mas elas tiveram uma outra ideia e fizeram uma plano perfeito, e combinaram entre si:
— Quem não pode com o inimigo, junta-se a ele. E, assim se aproximaram dela, dando presentinhos, todos os tipos de mimos.
Depois de alguns dias elas foram ao campo e pegaram uma porção de uma planta malcheirosa, chamada flor-cadáver e a levaram para casa e à noite prepararam um chá e levaram para a abelhuda, dizendo-lhe:
—Fizemos um chazinho bem gostoso e quentinho para você e, para sentir bem o sabor tem de tomar de um gole só na sua xicrinha e ela assim fez, vomitando em seguida e ficando vários dias com indigestão.
A abelha abelhuda mudou seu modo de vida, trabalhando todos os dias, pedindo desculpa para as amigas pela vida de preguiça e malandragem que ela levava.
E, assim houve paz e harmonia entre as abelhas da colmeia.