PELA JANELA 

Pela janela olho a chuva que cai.
Cai mansamente, pouco chega molhar a terra.
Mas é suficiente para esfriar o dia e alegrar as folhas.
Elas balançam contentes, vertendo as pequeninas gotas. Pequeninas e milagrosas porque trazem a vida.
Sinto uma certa melancolia,  mas nada de sentimentos negativos ou ruins, mas sim um aconchego que me aquece junto com uma xícara de café.
Como esse passarinho vejo tudo.
Imagino o mundo lá fora. 
As pessoas continuam na sua pressa mesmo na chuva, porque mesmo com ela o cotidiano continua.
Umas vão para o trabalho, outras para a escola, outras para o médico, outras para o salão de beleza, outras para a ginástica...
Ah, quantas possibilidades!!!
Também algumas vão para exercícios tão tristes como velar alguém querido ou mesmo olhar alguém em estado terminal.
As circunstâncias acontecem e não será a chuva que as farão diferente.
De qualquer maneira, para todas as pessoas envio uma oração.
Vai servir para reforçar a alegria, para acalmar a ansiedade, para minorar a dor e a tristeza, para ninar a criança que chora, para servir de alimento para quem não tem pão.
Enquanto oro, agradeço ao Senhor por poder olhar a chuva pela janela e sentir-me aconchegada pelo meu casaco e mais tarde pelo meu cobertor.
Escrevo sobre a chuva e sobre o frio, mas não esqueço aqueles que estão frequentemente sob as intempéries da vida.
Por qual motivo estarão lá? Não sei, mas ainda assim me preocupo com elas. Gostaria que fosse diferente, mas a opção não é minha, mas posso fazer algo para minorar sua dura existência.
Sendo assim sempre que posso faço algo que possa ajudar a alguém.
Nesse momento saio da minha janela e vou separar umas roupas do meu armário que já não uso mais. Com certeza vão servir para alguém que não tem.
Esse ato me deixa mais tranquila e menos melancólica.
Termino minha oração e sigo para o armário.


Regina Madeira
"imagem do Google"


Stenius Porto
JANELEIRO ATENTO
(Sextilha)
Pela janela, eu vejo a chuva.
Muitos dos irmãos ao relento.
Sei que a chuva adoça a uva.
A chuva é forte risca o vento.
Molha a terra, alegra a viúva.
Hoje sou um janeleiro atento.   

Obrigada, amigo Stenius, pelo carinho.








Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 18/05/2016
Reeditado em 22/05/2016
Código do texto: T5639262
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