UM OLHAR AO ESPELHO

Em duas fontes fráguas, que ao longe espiam

A um bem mirado vítreo, em uma jornada imanente

Saltam vertentes laivos , que à luz rociam

Em duas conchas pensas de um mar sereno , velas em trilhas a bordejar docemente.

Transcrevem ecos, ais, deixam sinais , por restelo de viagem

Qual silfos loucos bailando em asas trêmulas, canções vividas em extremo na passagem.

Das muitas eras, um olhar que trina para estar presente

E qu'ora cerro às sete clavas fortes do meu coração sorvente

Por sumo acuro , por ser só meu!

Por gala posse , por que é só minha!

Por vítrea imagem , perfulge a minha sina!

Regina Caelli
Enviado por Regina Caelli em 17/05/2016
Reeditado em 07/07/2016
Código do texto: T5638002
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