Meu único irmão!
Cármen Neves.

Lembro-me da alegria da mãe quando tu nasceste!

O pai realizando o sonho de ter um filho homem.

Nós, as tuas cinco irmãs, encantadas com a tua chegada. Tudo perfeito!

Vieste para alegrar os nossos dias. Tal qual, na maioria das famílias, que são agraciadas com tão pequeninos seres - presentes dos céus.

A rotina da nossa casa foi "quebrada" através dos horários que dedicávamos a

ti: uma deliciosa quebra de rotina!

A mãe, muitas vezes pedia: "silêncio, ele está dormindo" e lá ficávamos nós cinco, brincando quietinhas para não te acordar. Não era nenhum sacrifício, pois, no silêncio, a nossa união e o nosso amor por ti cresciam.

Quando acordavas, havia uma gostosa disputa para ter-te em nossos braços.

Poder estar contigo juntinho a mim era como se, naqueles momentos, eu fosse a tua mãe. Não por ser a tua irmã mais velha, mas por sentir a energia tão forte do amor, vindo de ti. Amor que os filhos/anjos têm - todos os bebês são anjos!

Muitas vezes, ao olhar para o teu rostinho angelical, vi a luz radiante da vida, e senti a presença de Deus vinda em ti. Foram muitas as vezes em que fiquei guardando o teu sono - e guardo até hoje, como sabes...

Ontem, entre guardados, achei uma foto nossa. Estava eu com os meus dezesseis anos, toda feliz com um lindo bebê de olhos verdes ao colo.

Ah! Quanta saudade daquele tempo inocente e puro! Tu cresceste, viraste homem. Toda a pureza e a bondade e o amor que sentiste ao longo dos anos, guardaste em teu coração. Todavia, transmite-os aos que, ao longo da vida, tiveram o privilégio da tua presença amiga.

Foi magnífico sentir e vivenciar o teu crescimento!

Foi cruel e triste ver teus olhos verdes fechados para sempre...

* 29.05.1982
+06.08.2006.

 

 

Cármen Neves
Enviado por Cármen Neves em 13/07/2007
Reeditado em 04/05/2011
Código do texto: T563755
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