Nem sempre
Nem todas as manhãs me salvam dos sonhos tristes que me habitaram ao anoitecer...
Há manhãs que simplesmente parecem não existir...
Nem toda poesia é capaz de me redimir daquilo que estou imerso e me impede de respirar...
Há rimas que aparentemente não são possíveis...
Nem toda lágrima que me escorre a face carrega consigo o alívio de que necessito...
Há prantos que nunca serão entendidos a luz da razão...
Nem toda lembrança me transporta para o paraíso perfeito construído de amor e paz...
Há memórias que teimam em justificar a imperfeição da vida...
Nem todo tempo ido é um real desperdício no fim das contas...
Há um quê de significado em cada instante na distância...
Nem sempre o sol vai se pôr e estarei lá para vê-lo de perto, porém...
Haverá sempre um anoitecer que ainda pode me trazer um luar a me acalmar...