A volta do Lampião

Volta Lampião!

Aquele sim é que era um cabra valente

Cabra da peste, paladino do nordeste

Rei do faroeste, caboclo

Meio louco, sim

Mas lutou ao lado do seu bando, sem Temer, até o fim

Perdeu a cabeça, não como um qualquer, sem pescoço

Comeu a carne, mas também roeu muito osso

Morreu lutando, ao lado de sua fiel companheira

Morreu ao lado Di uma poderosa guerrilheira

Brasileira quase estrangeira

Sem prendas, sem eira e nem beira

Sem teto, sem chão e sem lar

Aprendeu a fazer rendas para não ter que se prostitularizar

Volta lampião!

Que o seu sertão está virando deserto

O fim está cada vez mais perto

As cascatas viraram bica

E isso nem Freud explica

As propinas secaram as usinas

As velas e as lamparinas estão custando os olhos da cara

Volta Lampião!

O progresso está em suas mãos

A sua ressurreição será a nossa salvação

Volte, venha de novo clarear as praças

Fazer fumaça e libertar os rios

Venha nos ensinar a cozinhar em fogão a lenha

E a rezar sem pedir perdão

Volta Lampião!

Volte para nos tirar da escuridão

Mas volte com status de candeeiro pelo bem do povo brasileiro

Volte para acabar com a nossa triste sina

Volte para nos iluminar juntamente com a mais formosa das lamparinas

Volte para nova capital, Petrolina